Sonetos de um tempo em que os sonhos e a magia flutuavam em minhas varandas

sábado, 9 de março de 2019

Enigma...






Faz tempo que por teu amor espero,
buscando um aceno ou qualquer sinal,
uma mensagem mesmo que surreal,
vasculhando teus versos, em segredo...

Em cada passo teu eu te acompanho,
trilhando contigo a mesma estrada,
te seguindo como quem não quer nada,
com um querer imenso, sem tamanho...

Mas o teu silêncio é uma charada,
charada difícil de desvendar,
um enigma que não consigo decifrar...

E assim fico sem entender mais nada,
nao sei como de ti não lembrar,
não sei como contigo não sonhar...
(ania)



quinta-feira, 26 de julho de 2018

Estranha magia...




Não sei, talvez seja uma estranha magia
ou quem sabe, mistérios do destino
esse encantamento, quase um desatino
que me encaminha prá ti, em demasia...

Não sei entender esse agito em meus dias,
essas preces que faço onde combino
sonhos, utopias, devaneios e nem atino
que é em vão, que é só minha a fantasia...

Não sei o que me leva, o que me impele
a viver um sonho que não é teu, só meu
tatuado em meu coração, em minha pele...

Talvez um dia, quem sabe, eu me rebele
ou então morra do amor que me absorveu
junto as marés, e de lá por ti vele...
(ania)

...............

Obrigada poeta Jair C Lopes por tão lindo e lírico soneto!!!


Na verdade, sendo tão estranha magia,
não tem o condão de conduzir seu destino;
sendo apenas encantamento, imagino,
eis que nesta vida, você jamais veria.

Então, vai, segue livre no seu dia-a-dia,
porque seu caminho determinou o divino;
de forma que não haverá algum desatino,
tal como, no fundo, você também queria.

Sequer sei o que a leva, qual força que a impele,
para algum esconso objetivo que é só seu,
o qual se encontra impregnado na sua pele.

Mas que, por certo foi a natureza que deu,
mesmo que sua origem jamais se revele,
portanto ao final chegará num himeneu.
(JAIRCLOPES)


segunda-feira, 11 de junho de 2018

Versos de amor...





Infinitas vezes, no escorrer dos dias
no passar do tempo, no escoar das horas
ouvindo o vento que ruge lá fora
escrevo prá ti, só prá ti, poesias...

São poesias tantas, ao som de sinfonias,
em brado, em grito que em mim aflora
e que escrevo na noite que não vai embora
e que a muito tempo perdeu sua magia...

São tantas noites que choro com o vento
que atordoa, embaralha meu pensamento
e que me embriaga de saudade e de dor...

São longas madrugadas sem acalento,
frias, solitárias, noites de tormento
em que escrevo versos prá ti, de amor...
(ania)



terça-feira, 27 de março de 2018

Asas de sonhos...







Asas de sonhos adejam na tarde
que se faz de chuvas e devaneios
no meu solitário e triste passeio
nas ruas da desilusão, sem alarde...

Asas de sonhos, no peito ainda arde
uma ferida, uma mágoa, um aperreio
um estremecimento, um sentido anseio
que me deixa tristonha e covarde...

Asas de sonhos em meus pensamentos
remoendo lembranças e sentimentos
do amor que pensei ser infinidade ...

Asas de sonhos em dias cinzentos
em tardes solitárias sem acalento
asas de sonhos que trazem saudades...
(ania)


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Obrigada poeta Jair pelo lindíssimo soneto em interação!


Queria ter asas

Porque sei que a natureza asas não me deu,
as coloco somente nos meus devaneios;
provisórias, elas se tornam os meus meios,
de bisbilhotar um mundo que nem é meu.

Do alto vejo que o mundo semelha a museu,
sem nenhum sentido no interior, no seio;
então, nada explica meu desejo, meu anseio,
de pensar que o homem escolhido sou eu.

Asas, me dão sensação de voar, contudo,
de sonhar, apesar de ter os pés no chão,
então assim, vivo feliz enquanto me iludo.

Eis que, bem melhor iludir-se do que não,
então viver em sonhos, apesar de tudo,
escondendo as minhas dores no coração.
(JAIRCLOPES)



segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Dança do desalento...





Esse meu deserto, de ti tão pleno
num compasso nostálgico e sereno
me envolve e aos poucos, se esmera
num ritmo que a alma dilacera...

Nesse meu mundo triste, pequeno
com a solidão danço e contraceno,
braços vazios embalando quimeras
que não florescerão na primavera...

Quimeras que desejei perenes
jogadas, lançadas foram ao vento
a esmo, sem pensar no meu tormento...

Me pus então, dançar de forma solene
a dança da solidão, cruel acalento
dança do adeus, dança do desalento...
(ania)

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Obrigada poeta Jair por mais uma vez, abrilhantar minha página com teu
enorme talento!!!

Sem desalento

Entretanto, te digo que sou esse deserto
Onde não existe vida de qualquer fera
Então nenhum amor prolifera, por certo
E de onde coisa alguma nunca mais se espera.

E, contudo, neste meu mundo tão pequeno
Eis que tenho estação das flores: primavera
Cuja floração, aos enamorados aceno
Dizendo ao mundo que desamor já era.

E, lembre, nenhuma desgraça é perene
As piores mazelas as levam o vento
Mesmo que bem ao contrário alguém acene.

Então jogue para o alto seu desalento
De modo cabal, festivo, talvez solene
Esqueça para sempre todo sofrimento.
(JAIRCLOPES)


terça-feira, 5 de setembro de 2017

Nem sempre...






Nem sempre os dias são de azul imenso
E nem todas as noites, enluaradas
Há dias tristes, de cinza chumbo, intenso
E noites de trevas, luzes apagadas ...

Nem sempre a brisa recende a incenso
Nem estrelas brilham enfeitiçadas
Há vezes que até o ar se torna denso
E as estrelas, se escondem,  atordoadas...

Os ventos, nem sempre, são alvissareiros
Não conseguem ser, só bons mensageiros
E o sol, nem sempre, o frio da alma, espanta...

Manhãs, as vezes, nascem com nevoeiros
Modificando todos os roteiros
Dos sonhos que o coração, acalanta...
(ania)


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Obrigada poeta Jair por tão lindo e primoroso soneto em interação!!!


Nem sempre...


Pois é, nem sempre nossa vida nos dá trégua
E sequer noites românticas nos oferece
Usemos, pois, os nossos compasso e régua
Para medir e calcular se existe messe.

Nem sempre para todos sopra amena brisa
Nem, no firmamento alguma estrela brilha
Porquanto a natureza de nós não precisa
Cabe-nos escolher a nossa próprias trilha.

Os ventos favoráveis falham, muitas vezes
Visto que ignoram qualquer mais basal desejo
Os ventos não existem pra serem cortezes.

Podemos, portanto, continuar sem pejo
Vivendo todas as horas, dias mais meses
Seguindo como simples manada, o cortejo.
(JAIRCLOPES)


sábado, 22 de julho de 2017

Sempre a mesma estrada...







Tantas vezes andei nessa estrada,
na noite fria, silenciosa e escura,
cabisbaixa, mas ainda com ternura,
retinha tua imagem no peito guardada...

Tantas vezes chorei nessa estrada,
passo a passo, seguia com tristura,
dos teus sentimentos tão insegura,
avançava, triste, acabrunhada...

Tantas vezes refiz esse caminho,
sempre solitária, sem teu carinho,
trilhava te afagando em meu pensar...

Hoje, depois de um tempo passado,
percorro o mesmo caminho traçado,
ainda pensando, sonhando te encontrar...
(ania)

Obrigada pela linda e inspirada interação poeta JAIRCLOPES, amei!!!


Sempre aquela estrada

Aquela estrada percorrida tantas vezes
Nem sempre calma, muitas vezes escura
Por tanto que a percorramos, mui perdura
Passem muitos dias, anos ou tantos meses.

Estrada de traçados não muito corteses
A qual ao ignoto nos amolga e mistura
Tornando-nos a alma, portanto, insegura
Levando-nos de cambulhada como reses.

Contudo, não há um diferentes caminhos
Até porque percorremos, assim tão sozinhos
E sem muita certeza do porquê se trilha.

A estrada conjuga futuro com passado
Naquele tão teimoso e obtuso traçado
Contudo, há recompensa que no fim brilha!
(JAIRCLOPES)