Sonetos de um tempo em que os sonhos e a magia flutuavam em minhas varandas

quarta-feira, 22 de março de 2017

Insano festim...





Madrugada...nuvens cobrem a lua,
nuvens de chumbo, feito negro cetim
e a brisa para e na memoria acentua
lembranças que irrompem feito estopim...

Estopim que incendeia, que explode, flutua
contorna, envolve e prende em frenesim,
o ar fica denso, abrasa, tumultua
trazendo teu cheiro, num insano festim...

Cheiro que entranha e na pele se perpetua
e a madrugada segue lenta, sem fim
se arrastando solitária, morna, nua
como moroso e indolente querubim....

Tudo dorme, só não dorme essa saudade tua
sempre tão presente e arraigada em mim...
(ania)


...............................


Obrigada poeta JAIRCLOPES por mais uma brilhante interação...amei!!!

A vez da quietude


Naquelas horas surdas duma madrugada 
Até o relógio da igreja se imobiliza 
Espessa escuridão, sensata, no chão pisa 
Bem devagar para não despertar o nada. 

E o vento solitário adota uma parada 
Porquanto se detém então nada desliza 
Porquanto só bem mais tarde se faz em brisa 
De forma que, desperto dá sua lufada.

 Nem a bonita estrela no céu rebrilha, 
O mar, que silencioso estava, continua 
Entes do céu à paz formam uma quadrilha.

Este silêncio dispõe da noite que é sua 
Reúne em silêncio esta celeste família
 Família, na qual não falta sequer a lua.
(JAIRCLOPES)


5 comentários:

  1. A vez da quietude

    Naquelas horas surdas duma madrugada
    Até o relógio da igreja se imobiliza
    Espessa escuridão, sensata, no chão pisa
    Bem devagar para não despertar o nada.

    E o vento solitário adota uma parada
    Porquanto se detém então nada desliza
    Porquanto só bem mais tarde se faz em brisa
    De forma que, desperto dá sua lufada.

    Nem a bonita estrela no céu rebrilha,
    O mar, que silencioso estava, continua
    Entes do céu à paz formam uma quadrilha.

    Este silêncio dispõe da noite que é sua
    Reúne em silêncio esta celeste família
    Família, na qual não falta sequer a lua.

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  2. Aí como a saudade dilacera o coração e a alma.
    Maravilhosos poemas, parabéns aos dois.
    Beijinhos
    MAria

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  3. Ania, dois lindos poemas e teu e a glosa do Jair. Um abraço. Tenhas uma linda semana.

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  4. Saudade é mar profundo que submerge e a tudo envolve.
    Belíssimos sonetos!
    Abraços

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